Não muito tempo após os últimos textos desse
tema, venho-vos novamente exaltar o Amor, em suas muitas faces, o despedaçado,
o esquecido, o lembrado, o vivido.
Creio eu, que só se sentirá emocionado aquele
que já sentiu o amor, chorou, sorriu, sentiu saudades, amou! De forma
incondicional, imarcescível. Aperte o cinto, respire fundo e entre neste curto
filme que se passará nas próximas linhas. Espero eu, no bom sentido que no
final desse texto duas lágrimas serenas como o orvalho da manhã percorram suas
faces como a saudade que atravessa os campos infindos do outono buscando pelo
próprio amor. Veja a nossa nova mensagem.
Era uma sexta-feira, meados de setembro,
inicio da primavera. Enquanto as árvores floriam, os pássaros cantavam
alegremente, mas eu amargava uma tristeza inconsolável. Seria nosso ultimo dia juntos,
e hoje já faz dois anos que você se foi.
Acordei com saudades de ti. O dia nascia com
a aurora da manhã adentrando meu quarto por entres as cortinas brancas que você
mesma colocou na janela.
Decidi não ir trabalhar, me levantei, fui até
o banheiro e depois passei pelo corredor vazio e cheguei à cozinha toda
desarrumada, sem parar muito tempo, passei à sala e entristeci-me vendo o velho
sofá onde você sempre sentava para comer com o prato na mão. Até mesmo o sofá
pareceu-me sentir sua falta.
Voltei ao quarto, e me sentando à beira da
cama, a lembrança de um passado feliz inundou minh’ alma, e eu juro que chorei.
Tive que aceitar que tua ausência é verdade. Lembrei-me
do dia em que você reclamou das dores que apareceram em seu corpo, e doravante,
nunca mais faltou remédio em nossa casa. Com o passar dos dias você foi
perdendo peso e sua beleza foi, aos poucos, foi se esvaindo. Sem que sua pureza
interior sofresse qualquer dano com a doença que matava seu corpo, mesmo
sofrendo você me olhava com um terno olhar, sempre sorrindo e dizendo que me
amava.
Deixando de lado as lembranças e voltando a
minha triste
sina, busquei no silêncio que pairava ao ar
algo em que
pudesse
me inspirar, para que saciasse o ardente desejo de escrever, que vinha sempre
que pensava em ti.
Eu jurei comigo mesmo que não escreveria nada
sobre o nosso amor. A jura de que não te citaria, a fim de não mais martirizar minha
pobre alma.
Quais seriam os adjetivos, os atributos ou
verbos que poderia eu usar para embelezar a minha mensagem? Envolvido pela dor
que sentia por tua ausência e pela emoção que tenho pelas letras que compõem
minhas frases, deslizei a caneta por entre as linhas riscadas de meu caderno, e
escrevi o que seria pra mim, uma canção de amor.
Ao findar, porém, encontrei-me em prantos
lendo a musica romântica que escrevi. Envolvido pelas emoções incontroláveis do
momento, não pudera eu acreditar no que meus olhos viam. Não havia em minha
canção, uma única frase que não fosse sobre você! Falava de sua simplicidade, de
sua beleza interior, seus encantos e todas as suas infindas qualidades.
A minha canção só falava de você!
Das suas doces palavras e dos momentos
felizes que vivemos. A inversão do meu desejo, sobre a busca de minha
inspiração, os muitos erros que com certeza cometi, todos eles, os erros
mencionados, foram as memórias que perdi!
E assim foi, na minha canção de amor, eu só
falei de você, minha eterna inspiração!
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